A Injustiça de Deus

Não se assuste com o título. Apenas gostaria de trazer à tona um tema sensível aos cristãos: quando, em algum momento da sua jornada cristã, você acha em Deus injustiça.

Uns dias atrás estive eu assistindo um debate cristão e o tema era "O castigo do inferno é eterno?". Não querendo mudar de assunto, mas existem duas linhas de pensamento sobre este assunto: uma pela qual diz que o castigo não será eterno, mas haverá um fim: a aniquilação dos ímpios. Por outro lado, a outra linha crê que o sofrimento daqueles que não foram escolhidos durará para sempre.

Durante o debate, uma parte disse: "Se o ímpio vai simplesmente deixar de existir, não vai ser justo!". A outra parte, por sua vez, declarou: "Se a pessoa sofrer eternamente por algo que ela fez por alguns anos, não vai ser justo!". (Este é um tema muito interessante que em outra oportunidade gostaria de compartilhar meu pensamento). Considerando-se que haja apenas estas duas opções possíveis, uma delas estará equivocada. Com isso, possivelmente isso pode significar que um grupo de cristãos adeptos da falsa opção ache Deus injusto, e isto me fez refletir sobre a justiça de Deus. Não obstante, busquei respostas do Espírito, então o Espírito me questionou: Tú és justa?

Pensei: Não sou.

Então o Espírito me respondeu: Se tú não és perfeitamente justa, como podes julgar com justiça as obras de Deus? Se tu não és plenamente justa, teu julgamento não é justo, logo, não podes atribuir à Deus injustiça. Tu julgas até onde tú conheces, e julga conforme tua sabedoria. Teu entendimento é limitado. Tua experiência de vida um sopro. Tua visão é corrompida pela cultura e as filosofias deste século.

Portanto amado irmão, acharmos algo injusto não o torna necessariamente injusto, quanto mais este atribuído à Deus. É evidente a nossa limitação e quanto menos sabemos sobre o que se julga, mais próximos estamos de cometer injustiça. Além disso, Deus na sua essência é Justo na sua plenitude. Ele é onisciência, onipresença e onipotência, o que O faz conhecedor de todas as coisas. Além de conhecer, é Ele mesmo o Criador. Não há nada e nem ninguém, nunca houve e nunca haverá que julgue com reta justiça senão o nosso Senhor. Sendo assim, quer o sofrimento seja eterno, quer o sofrimento tenha um fim, o Senhor é Justo e tudo que Ele faz é bom.

Amado irmão, se teu entendimento às vezes te conduz a ter uma percepção injusta de Deus, gostaria de te propor à examinar-se e perceber que quem é mesmo injusto sou eu e você. Fomos feitos justiça de Deus unicamente pela obra do seu Santo Filho. Te proponho à fazer um julgamento. Supondo que você esteja em uma cadeira de juíz que lhe confere o poder de jugar, diga-me: Se um senhor mata um jovem de 25 anos de forma brutal, tu o condenas ou absolves?

E se tu soubesse que o mesmo jovem abusou e matou a filha deste senhor? Teu juízo permanece?

Se um jovem no vigor da sua idade morre atropelado por um motorista imprudente. Tu achas injusto? E se tu soubesses que o mesmo jovem vive de furtos, roubos e cometeu latrocínios, tua sentença permanece?

O nosso julgamento é com base naquilo que sabemos, conhecemos e entendemos, e convenhamos que é bem limitado diante de tudo que há, do passado, do presente e do porvir. Como pois, poderemos julgar qualquer obra de Deus?!

Amado irmão, a resposta parece simples e óbvia depois de percebê-la, mas enquanto tiver olhos fechados para ver e ouvidos tapados para ouvir, certamente não teremos entendimento das coisas que o Senhor nos quer revelar. De certo, o Senhor não se cala diante dos que o buscam e tem sede da sua presença e sabedoria. Deus não ignora nossas dúvidas, nem nossos anseios, mas por muitas vezes nós ignoramos a forma como Ele nos responde.